quinta-feira, 22 de julho de 2010

Pobre Criança Encastelada

Diga cada palavra, cada coisa, cada pensamento, diga...
e depois me mostres onde estas ?
- Diga!
(silêncio)
Me emputeces com palavras, com coisas e pensamentos, rabiscado com a ponta do dedo na atmosfera da distância...
entendo...
de forma cruel entendo teu afeto...
que maneira de descobrir a possibilidade da crueldade no afeto...
doce, meigo e ilusório...
...não estás aqui...
- Como podes me sentir se não estás aqui ???
Você não me ve chorar e a muito imaginas meu sorriso...
Não sabes quando tenho tesão,
quando me excito...
quando tenho fome...
quando o vazio transborda do meu peito...
falas que me amas...
a distância ?
Pobre Criança Encastelada
Malditas são as palavras sem corpo meu amor
para elas, nunca haverá descanso pois a distância é sua sentença...
então deixa pra lá...venha pra cá...
pule pra cá...
deixe-me cheirar seu pescoço
sentir o peso do teu corpo
não escrevas...me abrace
não fale...me morda
não virtualize nossos corpos...
Pare com isso...
venha pra cá...
junte teu corpo ao meu...

...(silêncio)

Nenhum comentário: