Após ter visto o filme Ágora, que retrata uma parte da vida de Hipátia em Alexandria no séc. II D.C, passei a me perguntar se eu não estava interessado nos conteúdos da discussões filosóficas e sim nas suas características imanentes, nas suas provocações. O que me chama atenção na Filosofia é a honestidade, a profundidade e da ampla possibilidade de autonomia que permite a hybris. Talvez eu não entenda de Lógica Simbólica mas entendo que a Filosofia amplifica minha noção de Vida, de Realidade, do Esclarecimento.
Saber é um dos caminhos para o esclarecimento. Hoje percebo que os filósofos tentaram demonstrar suas teorias a partir de contradições encontradas nas teorias de filósofos anteriores. Será sempre assim pois o princípio da mudança ocorre onde há conflito (indivíduo), contradição (teoria). Esta postura diante do mundo que me motiva, que me empurra na direção do que está escondido, do que precisa ainda ser revelado. Não nasci para obedecer cegamente. Também não nasci para me iludir com qualquer ilusão. Nasci para escolher, nasci para ver. Sim! Vejo o pensamento das pessoas e suas influências. Vejo seu comportamento decorrente de sua vivência e o modo como a interpreta. Aprendi que a transformação acontece devido a relação bidirecional pensamento e prática. Não apenas intuir mas em conjunto, raciocinar. Não apenas sentir mas em conjunto pensar. Tenho esta leitura e por ela apreendo o mundo. Não sou apenas razão mas a soma da emoção e da razão que me faz. É ridículo especular apenas com a razão logo hoje que avanços significativos na Ciência demonstram que a razão é meramente um instrumento.
Diante do vazio deixado pela Morte de Deus, do reconhecimento das Limitações da Ciência a finitude do homem faz com que procure por respostas em outros lugares. Por uma questão de educação olhamos para trás e percebemos que alguns pensamentos antigos ainda possuem valor nos dias de hoje. Por exemplo os estoicos com seus exercícios de racionalidade, os nietzschianos com seus exercícios de perspectivismo ou até mesmo os kantianos, com seus exercícios de moral. Todos mostram uma leitura particular mas que possuem um elo comum, a descoberta, o desvelamento dos processos do mundo e do homem Neste caminho seguirei, neste caminho me encontro.
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