Há momentos em que os pensamentos parecem irradiar uma total consciência das coisas que acontecem dentro e fora de mim. Penso estar entendendo tudo, estou cônscio de mim a ponto de entender o que passa pelos meus sentidos. Uma sensação de poder, uma pequena potência lúcida prestes a explodir a névoa posta em meus olhos possibilita-me ser mais do que sou. Sou aquilo que penso e penso como aquilo que sou. Nesta construção desconstrução sem fim que dura a minha existência, me refaço, desmorono, ergo-me, brinco, me sujo, me limpo...e nesta dança dos estágios da vida, a vida brinca comigo, num jogo de gato e rato. Lembro-me do poema cauda de Lewis Carrol...
Disse o gato
pro rato:
Façamos um
trato. Pe-
rante o
tribunal
eu te de-
nuncia-
rei. Que
a justiça
se faça.
Veja, deixa
de negaça,
é preciso,
afinal,
que cum-
pramos
a lei.
Disse o
rato pro
gato:
-Um
julga-
mento
tal, sem
juiz nem
jurado,
seria um
disparate.
-O juiz
e o jura-
do se-
rei eu,
disse
o ga-
to, e
tu,
ra-
to,
réu
nato,
eu com-
deno
a
meu
pra-
to.
este jogo de forças da natureza, onde o destino do rato é ser o prato do gato me levou a dores de uma gestação...estou prestes a nascer me dando a luz! Novos olhares, novas dimensões, um outro ambiente, uma outra pessoa, uma nova perspectiva...me vejo condenado a repetir a mesma conduta....o novo é uma mentira, nada muda, tudo se transforma no mesmo...um eterno retorno dos mesmos instintos que criam e destroem...Esta força da natureza que a civilização tenta adestrar e que teve por consequência a crueldade refinada, a indiferença cristalizada, o orgasmo aproveitado como estratégia de cooptação... o uso dos prazeres precisa entrar no campo da ética para tornar-se um legítimo ato de liberdade. Os instintos possuem poder de tomar e de transformar para satisfazer a necessidade daquele mas, em nenhum momento, perde seu objeto primeiro, sua essência: a permanência do mais forte da espécie.
pro rato:
Façamos um
trato. Pe-
rante o
tribunal
eu te de-
nuncia-
rei. Que
a justiça
se faça.
Veja, deixa
de negaça,
é preciso,
afinal,
que cum-
pramos
a lei.
Disse o
rato pro
gato:
-Um
julga-
mento
tal, sem
juiz nem
jurado,
seria um
disparate.
-O juiz
e o jura-
do se-
rei eu,
disse
o ga-
to, e
tu,
ra-
to,
réu
nato,
eu com-
deno
a
meu
pra-
to.
este jogo de forças da natureza, onde o destino do rato é ser o prato do gato me levou a dores de uma gestação...estou prestes a nascer me dando a luz! Novos olhares, novas dimensões, um outro ambiente, uma outra pessoa, uma nova perspectiva...me vejo condenado a repetir a mesma conduta....o novo é uma mentira, nada muda, tudo se transforma no mesmo...um eterno retorno dos mesmos instintos que criam e destroem...Esta força da natureza que a civilização tenta adestrar e que teve por consequência a crueldade refinada, a indiferença cristalizada, o orgasmo aproveitado como estratégia de cooptação... o uso dos prazeres precisa entrar no campo da ética para tornar-se um legítimo ato de liberdade. Os instintos possuem poder de tomar e de transformar para satisfazer a necessidade daquele mas, em nenhum momento, perde seu objeto primeiro, sua essência: a permanência do mais forte da espécie.
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