quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Do it your self ou desperte você mesmo.


O interessante da doutrina budista é a denúncia feita contra o “Eu” e a “consciência” do mesmo. Não há um “Eu”, como não há uma consciência. Somos apenas a soma das sensações e percepções. O objetivo da prática meditativa e da ioga é alcançar o despertar, a percepção da ilusão e ver, com seus próprios olhos, a verdade. A partir desta situação nasce uma pergunta: se meu “eu” é apenas uma ilusão, o que sou na hora da meditação e o que serei após descobrir a verdade ? Serei outro “eu” ? A dificuldade se monta pois não é possível sair de um estado e entrar em outro sem o “eu”, sem Ser o que Sou. Problemas conceituais a parte, o interessante do budismo diz respeito a sua prática individual que mobiliza e modifica internamente o indivíduo. É fato. Não podemos nos despersonalizar, como não podemos enfatizar a personalidade através das sensações e desejos. O que faremos então ? Caminhar entre os extremos. Duzentos anos depois Aristóteles descreveria no livro “Ética a Nicômaco” esta prática e passaria a chamá-la de “prudência” ou mediania. Na doutrina budista encontramos o preceito máximo de que você, somente você, pode se purificar. O que isto significa ? Parece ser outra contradição. É necessário que “eu” com toda a minha vontade dedique minha vida a prática do despertar. Eis o que o preceito torna-se no seu oposto.
A proposta budista se destaca quando o Sidarta Gautama entra no estado búdico, o estado do despertado. Percebe que qualquer pessoa pode praticar e se tornar um desperto, um buda. Com dedicação, esforço e autoconhecimento é possível viver em serenidade, interrompendo o sofrimento causado pelo nascimento, pela doença, pela velhice e pela morte. Buda entende que a cessação dos desejos é como cortar o mal pela raiz. Isto só pode ser feito sob uma única condição: o indivíduo tem que ter amor pelos outros de tal forma que sacrifique-se em expressar atitudes e pensamentos positivos ao mundo e a nossa realidade. Perguntas nascem como flores de contradição: se todas as sensações e percepções não passam de ilusão, o amor também é ilusório. Quando entrar em estado búdico a indiferença toma o lugar tanto do amor como do ódio ?

No final da festa o maluco sou eu, sim, ainda estou com os punks. Foda-se a religião, foda-se toda e qualquer doutrina, pois eu mesmo posso SER QUEM EU QUISER SER. SÓ POR HOJE.....

Nenhum comentário: