terça-feira, 31 de maio de 2011

Qual a dificuldade de diferenciar o público do privado ?

Na esfera individual a dificuldade está em perceber qual o limite comportamental em espaço público e do quanto podemos abrir de nossa privacidade. A dificuldade na esfera coletiva em separar o público do privado está a mercê da consciência dos indivíduos envolvidos. O Estado não pode atuar sem que haja uma denúncia. Eis o problema. O conceito de “público” e o conceito de “privado” tornam-se subjetivos. A responsabilidade tanto daquele que observa quanto daquele que é observado possui graduações conforme o indivíduo envolvido.

Caiu na rede é peixe, dito popular que traduz o que ocorre nos espaços midiáticos em geral. Pessoas se comportam em espaços públicos, virtuais ou físicos como se não houvessem alguém ao seu lado, fotografando, filmando ou olhando. Estamos nos relacionando a todo momento, trocando impressões, leituras sobre Si e sobre o Outro. Consequência direta da convivência em espaços públicos, tanto virtuais quanto concretos. Este fato implica na pressuposição que os indivíduos envolvidos possuem conhecimento sobre as consequências da convivência em espaço público físico e/ou virtual e sua consequente aceitação, neste caso implícita, da formação de opiniões a respeito de de Si e do Outro. Registrar fatos é prática antiga, com milhares de anos. O abuso desta ferramenta também. O meio por qual se prolifera é novo e rápido. Estamos diante da ferramenta de comunicação em tempo real. Hoje, a prática (deliberada ou sujeitada ?) que permite o uso de imagens e textos nos espaços midiáticos atuais incomoda. Psicanaliticamente há prazer em dar um pouco de nossa privacidade ao Outro, por outro lado, existe ausência do saber do quanto somos observados pelo Outro, principalmente no espaço público. Pergunto: Devo estar consciente de que meu comportamento está sob cuidado, vigiado ? Quanto estou em espaço público sou responsável por Mim e pelo Outro ? O bom senso pode responder em parte a questão. Atualmente o sentimento descrito no romance “1984” de George Orwell tornou-se real. A vida imita a arte e a arte, tornou-se profética. Fomos avisados.
Então, cuidado! Você pode servir como material de estudo, criação ou mesmo de chantagem quando habitas o espaço público! Cuide-se!

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