Hoje (08/07/2012, as 19:00)
participei de um programa (nota: o programa não tem nome e está em construção) na RadioCom, 104.5 a convite do Glênio, um
grande amigo. A temática era sobre um movimento chamado “saia do capitalismo”. Este movimento propõe leitura sobre
escritos pouco conhecidos de Karl Marx sobre a mercadoria. Eramos
quatro em torno da mesa de microfones. Sentia-me inquieto,
desconfortável.
No anteprojeto (livreto) encontramos, após os autores do mesmo livreto introduzirem a história do capital e os conceitos sobre mercadoria de Karl Marx, conclusões que clamam por ações diretas por
fora do sistema político e econômico. Eu já tinha visto projetos semelhantes. Movimentos anarquistas, movimentos apartidários,
colônias, eco colônias, movimentos culturais que pregam postura
radical diante do Capital. Ficamos a nos perguntar se havia algo de
novo. Colocamos no ar as pessoas diretamente ligadas ao movimento, Rosa e José.
Ouvimos suas falas, fizemos as nossas. Ficou claro que não
havia nade de novo. Era mais um olhar sobre um texto antigo.
O
interessante estava nos intervalos. Falamos sobre alienação, sobre
intervenção do Estado, docilidade, obediência, medidas de
controle, tecnologia, invisibilidade. Rosa e José, integrantes do movimento “saia do
capitalismo” mais de duas vezes utilizaram o termo Matrix,
referência a trilogia dirigida pelos irmãos Cohen. Buenas, as
críticas deste pessoal diz respeito a luta por fora do sistema.
Temos todos os fundamentos teóricos para denunciar e sustentar a
denuncia de que o Capital é injusto, cruel e que beneficia poucos.
Mas o que interessa mesmo ? A prática. Onde está a prática deste
pessoal de Fortaleza ? Chamei a atenção para dizer que há miríades
de movimentos espalhados pelo mundo contra o Capital (Ocupe WallStreet, No Logo da Noemi Klein, os operários que ocuparam a fábrica
da Argentina, Fórum Social Mundial, Greenpeace, o Exercito Zapatista de Libertação Nacional – EZLN, Movimento do Sem Terra –MST, Movimento dos Trabalhadores Desempregados - MTD, etc). Em todas as
áreas vemos individuos se posicionando contra o modelo econômico
atual, gritando, berrando e agindo pelas mudanças radicais.
Creio que os textos
de Karl Marx são ótimos para iniciar uma discussão, entender o
modelo atual mas não responde a todas as questões. Sobre os
fetiches originados da relação com o capital, sim, creio que somos
influenciados de forma poderosa mas não determinante. O sofrimento e
a dor falam mais alto. A fome, a humilhação, o sentimento de não
pertencimento são elementos que alimentam a chama da mudança. Nisto
eu acredito. Nem todos se acostumam com o chicote. Só há um
problema: estamos dispersados por aí, cada um em sua ilha berrando para
o nada. Devemos nos aproximar, respeitando nossas identidades para nos unirmos em torno do único objetivo possível: sairmos do capitalismo
e criar um novo modelo econômico que funcione para todos.
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