segunda-feira, 9 de julho de 2012

Crítica Radical na Radio Com


Hoje (08/07/2012, as 19:00) participei de um programa (nota: o programa não tem nome e está em construção) na RadioCom, 104.5 a convite do Glênio, um grande amigo. A temática era sobre um movimento chamado “saia do capitalismo”. Este movimento propõe leitura sobre escritos pouco conhecidos de Karl Marx sobre a mercadoria. Eramos quatro em torno da mesa de microfones. Sentia-me inquieto, desconfortável. 

No anteprojeto (livreto) encontramos, após os autores do mesmo livreto introduzirem a história do capital e os conceitos sobre mercadoria de Karl Marx,  conclusões que clamam por ações diretas por fora do sistema político e econômico. Eu já tinha visto projetos semelhantes. Movimentos anarquistas, movimentos apartidários, colônias, eco colônias, movimentos culturais que pregam postura radical diante do Capital. Ficamos a nos perguntar se havia algo de novo. Colocamos no ar as pessoas diretamente ligadas ao movimento, Rosa e José. Ouvimos suas falas, fizemos as nossas. Ficou claro que não havia nade de novo. Era mais um olhar sobre um texto antigo.

O interessante estava nos intervalos. Falamos sobre alienação, sobre intervenção do Estado, docilidade, obediência, medidas de controle, tecnologia, invisibilidade. Rosa e José, integrantes do movimento “saia do capitalismo” mais de duas vezes utilizaram o termo Matrix, referência a trilogia dirigida pelos irmãos Cohen. Buenas, as críticas deste pessoal diz respeito a luta por fora do sistema. Temos todos os fundamentos teóricos para denunciar e sustentar a denuncia de que o Capital é injusto, cruel e que beneficia poucos. Mas o que interessa mesmo ? A prática. Onde está a prática deste pessoal de Fortaleza ? Chamei a atenção para dizer que há miríades de movimentos espalhados pelo mundo contra o Capital (Ocupe WallStreet, No Logo da Noemi Klein, os operários que ocuparam a fábrica da Argentina, Fórum Social Mundial, Greenpeace, o Exercito Zapatista de Libertação Nacional – EZLN, Movimento do Sem Terra –MST, Movimento dos Trabalhadores Desempregados - MTD, etc). Em todas as áreas vemos individuos se posicionando contra o modelo econômico atual, gritando, berrando e agindo pelas mudanças radicais.


Creio que os textos de Karl Marx são ótimos para iniciar uma discussão, entender o modelo atual mas não responde a todas as questões. Sobre os fetiches originados da relação com o capital, sim, creio que somos influenciados de forma poderosa mas não determinante. O sofrimento e a dor falam mais alto. A fome, a humilhação, o sentimento de não pertencimento são elementos que alimentam a chama da mudança. Nisto eu acredito. Nem todos se acostumam com o chicote. Só há um problema: estamos dispersados por aí, cada um em sua ilha berrando para o nada. Devemos nos aproximar, respeitando nossas identidades para nos unirmos em torno do único objetivo possível: sairmos do capitalismo e criar um novo modelo econômico que funcione para todos.

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