terça-feira, 10 de julho de 2012

Resenha - Espelho dos Nomes - Marcos Bagno


Título: Espelho dos nomes
Autor: Marcos Bagno
Editora: Ática, São Paulo, 2002.
Literatura: Juvenil
Quando me deparei com este texto fiquei curioso. Primeira coisa estranha que me deparei foi com a descrição do ambiente em que o personagem principal se encontra. Não sei como ele entrou lá mas era um ambiente psicodélico, com portas e janelas nos espelhos. A cada aventura do menino o ambiente mudava e o desafio também. A segunda coisa é que este menino (talvez de 12 anos) nunca estava contente com seu nome por isso mudava de nome conforme o desafio. Os desafios são baseados em trava línguas, maneira de falar, lógica, poemas, conhecimentos. Na realidade Ariel (era o nome que ele não gostava) está sempre envolvido em mistérios e tinha a ajuda de um livro falante que crescia conforme seu conhecimento se desenvolvia sobre o poder das palavras, do enredo e dos personagens. Daniel (era outro nome que não gostava) cai nas aventuras linguísticas e nas armadilhas gramaticais. Desvendar charadas, conversar com coelhos poetas, dragões esfinges, cidades mudas por ordem do Rei, onde o mesmo Rei prendeu nos calabouços do palácio todas as palavras do reino, tirando de circulação o alfabeto, tanto oral quanto escrito. O mundo de Natanael (mais um nome que não gosta) é formado de situações gramaticais, linguísticas, estilísticas. É bárbaro! O autor provoca no leitor a reflexão sobre a rigidez da gramática, sobre a flexibilidade da língua e sua capacidade de adaptação. A lição sobre a liberdade e a potencialidade da língua torna-se o objetivo principal do autor. Muito bom para alunos de Língua Portuguesa do ensino médio...e para linguistas que querem facilitar o debate entre gramáticos e linguistas. Como o próprio autor diz::

Falar é fazer – esse é o lema deste livro que leva o leitor a se aventurar pelo mundo sempre surpreendente das palavras. É com as palavras que podemos dar nome às coisas que não existem, é de palavras que são feitos os nossos pensamentos, os nossos delírios, os nossos medos, as nossas vontades.

Com elas podemos imaginar outros modos de ser, outras coisas para ver, outros tempos e outros universos para viver, construídos só de linguagem, matéria-prima dos nossos sonhos.

O espelho dos nomes nos mostra as trilhas sinuosas por onde as palavras gostam de nos levar até ficarmos perdidos no emaranhado dos significados sem fim. Aqui elas permitem que os sapos tenham sua própria língua, que os gansos aprendam grasnática na escola, que um rei seja capaz de proibir que seus súditos falem, que uma caveira consiga resolver complicados problemas matemáticos. Aqui um menino sai à procura de seu nome e, no meio dessa busca, descobre que, por causa das palavras, as aparências esganam e nem tudo o que parece deixa de ser o que não é!

Os reflexos que surgem neste espelho dos nomes são as perguntas que as pessoas vêm fazendo desde que, em algum momento perdido no tempo, começaram a falar: de onde vêm as palavras? Elas descrevem o mundo ou elas inventam mundos? Será que todas as coisas têm nome? Será que todos os nomes se referem a alguma coisa? Por que as pessoas falam de modos tão diferentes, se a espécie humana é uma só? Quem disse que eu não posso escrever do jeito que falo? Por que nenhum dicionário jamais vai conseguir explicar tudo o que uma única palavra pode querer dizer?

Todas essas perguntas reaparecem aqui, como enigmas que o leitor terá de resolver com as pistas que as própras palavras traiçoeiras lhe oferecem. E é preciso encontrar logo as respostas… antes que o tempo se esgote! Este livro quer mostrar que a língua é muito mais rica, mais fascinante, mais divertida do que costumamos acreditar, e que usar esta língua é antes de tudo participar de um jogo fascinante.

5 comentários:

Unknown disse...

preciso de um resumo maior....moiou

Unknown disse...

Amei o lovro😍😍😍😍

Anônimo disse...

Esse livro é mt top!!

Unknown disse...

amei

Anônimo disse...

este livro é horrível muito sem graça e sem sentido. desculpe-me mais odiei