terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Porque me comunico...resultado da pancada do filme Waking Life




Porque o olhar, o sentir, o apropriar-se da realidade através do corpo, das sensaçõs tornou-se o caminho legítimo para o real ? Vivemos em mundo cercados de estímulos que a todo momento nos monta e desmonta como fosse uma brincadeira com legos...Lembra do Lego ? Sim! Eis a contradição! Para entender o sentir temos que construir seu significado através do pensamento particionado, individualizado, perspectivista, formatado em blocos. Em nossas casas, nas instituições culturais e educacionais somos como uma colcha de retalhos de imagens e sensações...Chegamos num beco sem saída quando nos deparamos com a ineficiência do projeto dos valores universais...hoje o indivíduo cria, copia, amplia, subtrai, gera e isto causa mal estar. O que fazer ? Seguir o caminho do pensar e do sentir, estes antônimos existenciais, aceitar suas oposições como parte de algo que está para ser descoberto...Todos os, argh!, paradigmas apontam para a mesma direção: incerteza!
Esta incerteza permite que a criatividade fique livre e avance em todos os campos. Aquilo que antes nos fornecia a calma da reprodução em ambiente seguro (laboratório) ressignificou...Hoje entendo a proposta de Nietzsche! Derrubar ídolos é caminho! Por força da negação dos valores niilistas negativos e afirmação da vida vejo que todas as experiências são válidas para criação de valores, identidades, conceitos apesar de estarmos presos na linguagem (alguns dizem que não há nada de novo devido as limitações da linguagem)...mas é preciso coragem, amar a dor como amamos o prazer, aceitar o que a vida oferece. Tirar deste instante o suco do entendimento ou não, pois a escolha em não saber está presente neste projeto. Modelos como pais, filhos, família, trabalho, relações afetivas e sociais...estamos em constante ressignificação! Hoje tenho a possibilidade ter um clone meu caminhando por aí! Não consigo perceber até onde vai este quadro...mas se eu encontrar meu duplo na rua o que faço ? Penso no direito a vida ou penso no direito a identidade ? Em qual plano devemos conviver ou nos distanciar ? Simulações a todo instante entram pela porta da minha casa, passam diante dos meus olhos como fossem reais...simulacros entram pelas mídias, por portas virtuais onde me confundo...ainda não sei se a amiga que me encontro virtualmente é real...apenas sei que existe...apesar de pressupor sua existência, é admissível a afirmação de sua existência...mas... é uma nova forma de vida ? Não há outro caminho do que vivenciar intensamente até sangrar...Ganhamos milhares de referenciais de realidade mas a existência é una, única! Sartre dizia que estamos aprisionados a liberdade e, parece que, temporiamente, estamos livres nesta prisão...Ou diria que estamos livres para aprisionar ?
http://pt.wikipedia.org/wiki/Waking_Life

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