Há uma fúria no fundo das minhas palavras... Uma fúria contida, esperando pelo silencio entre as palavras... Sou esta fúria melancólica, confusa, que destrói todo encadeamento lógico das minhas incursões ao pensamento... Sou sereno racional, violento verbal, silencioso mordaz... Nada pode ser tão humano quanto isto... Estou em guerra contra toda e qualquer idéia que permite a paz permanente do espírito... Não posso crer em paz sem passar pela guerra, não acredito em saber antes de passar pela dúvida... E muitos menos na permanência sem a impermanência... Em todas as minhas abordagens literárias procurei por autores que estavam em paz com o conflito! O aceite das contrariedades é o meu critério... Frases como “Seja Feliz”, “Ame a Paz”, “Cultue a Serenidade”, são frases que possuem a capacidade de enfraquecer... De minar toda e qualquer resistência, de vida... Eis a minha escolha, a de todo o meu ser. A doutrina budista tem como pressuposto a conflito, os pré-socráticos tinham por caminho a mudança, o conflito e os gregos a hybris... E quando olho para a história e vejo tantos conflitos, tantos olhares distintos e percebo que estas contradições movimentaram o mundo e continuam a movimentar, fico desconfiado com a tranqüilidade, a aceitação plena... Eis a energia primordial que encontro em mim, a verdade incontestável das aflições e gozos... Sangro como sangra um homem ferido pela espada... pela palavra e nada pode ser tão palpável quanto isto... Minha guerra interna é em busca de ser aquilo que se é... Genoi’ oios essi!
Encontro-me num estado de consciência diante desta condição... Me encontro amando a vida como ela é... Me penso com o pensamento e digo: eu sou e nada mais!
Encontro-me num estado de consciência diante desta condição... Me encontro amando a vida como ela é... Me penso com o pensamento e digo: eu sou e nada mais!
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