segunda-feira, 16 de março de 2009

criar, dançar, esperar o inesperado, interagir despedaçadamente inteiro


A Filosofia é um meio, um método ou um desmetodizar... com silogismos que mistura neologismos... Estes “ismos” atualmente tornaram-se coadjuvantes, pois desde que se chegou à conclusão que da relação do sujeito com o objeto não se pode inferir certeza ou verdade em função da presença do observador que, influenciando na experiência, impede de acessar o resultado presumido. Esta lançada as bases do princípio da incerteza. A Filosofia, então creio, não ficou se defendendo, ou afirmando verdades absolutas (acredito que não se afirmam verdades absolutas desde Ockham! E que foi definitivamente aceita com o Teorema de Güedel) e sim, somou a Lógica, a Matemática, ao Método Clássico o Principio da Incerteza, nascido da Física Contemporânea. Hoje passamos pelo desafio de criar conceitos, ganhamos a liberdade de conceituar e sem precisar passar pelos quatros crivos da Ciência, que enumeradas são: 1) relevância, 2) pressupostos históricos, 3) simplicidade e 4) reprodução da experiência. Há argumentos que atacam a filosofia como limitadora. Pelo contrário, pela sua profundidade, pela sua pesquisa, pelo seu compromisso ela se retira da presunção de carregar verdades, na realidade, para chegar a uma possibilidade ainda sugere-se passar pelos crivos citados. Só para reforçar, por semelhança, a idéia do princípio de incerteza, o conceito “perspectivista” já havia sido anunciado no sec. XIX, claro, não foi ouvido, pois o período era de transição do idealismo hegeliano para o materialismo marxista. Guerras, revoluções, descobertas científicas que obscureceram o anúncio do perspectivismo. Neste período todo o conhecimento estava montado para o coletivo, não havia interesse no indivíduo, em outras palavras, uma regra geral sobrepõe à exceção.
O olhar do filósofo é perspectivista. Não se pode filosofar sem sangrar, experimentar, sentir, vivenciar as torturas, as dúvidas, a alegria, a admiração, a frustração. Não é possível o ser pensante retirar-se da própria experiência de pensar... Pensar o outro é pensar a si mesmo!
Não posso aceitar que ainda utilizem este argumento para deslocar a filosofia de sua posição , dizer que a filosofia somente produz sistemas fechados, que a verificação resume-se a confirmar ou contraditar, é utilizar da falácia que ocorre quando uma regra geral é aplicada a um caso particular onde a regra não deveria ser aplicada. Mais, é reduzir o território da filosofia.
Ainda me admiro com a filosofia, ainda surpreendo-me com o conhecimento de 2500 anos...Os antigos nos deixaram problemas maravilhosos e que nos permitem exercitar o raciocínio e através dele nos permitir sentir, estetizar, criar, inventar, des-inventar... O que me faz lembra de Salvador Dalí do seu criativo método que chamava de paranóia mecânica! Este conceito, aparentemente, encerra uma contradição...mas se vamos nos aprofundar veremos que a proposta é superar os próprios limites do método, quebrar as convenções, desobedecer obedecendo a si mesmo, permitir que as pulsões estejam livres na criação!!!

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