quarta-feira, 21 de outubro de 2009

(Eu) Quero X Devo (Outro)

Introdução
Se porventura o "Eu quero" está misturado ou convive com "Eu devo" alguns comportamentos podem expressar situações contraditórias. Por exemplo: quando exijo, por que quero, conforme o meu ideal. Vamos ver.

1) O ideal é o modelo que habita a minha mente, ainda não manifestado, ainda não realizado. O ideal possui intensidade presencial, emitindo energia para que se realize, quase que uma ordem silenciosa que habita em mim e que não está em conexão com a realidade. Esta é a forma do "Eu devo".

2) Sentir prazer, satisfazer necessidades como alimentação, higiene, conforto, amar estão baseados no "Eu quero" pois esta é a afirmação da Vida, pois está em conexão direta com subsistência da Vida. Este está em diálogo direto com a realidade.

Entendimento através da História a respeito da construção e relação Eu e o Outro

Como vivo em sociedade, em grupos e o primeiro grupo em que habito é a família, algumas idéias podem habitar em minha mente sem minha avaliação ou autorização pois, nos primeiros anos de vida neste grupo, sou uma criança e como tal ajo e penso. Minha primeira descoberta como criança é a possibilidade de imitar meus semelhantes. Neste mimetismo adaptado vejo que consigo realizar ações e isto me causa satisfação. Com passar dos anos aprendo a identificar, dar nomes a objetos e coisas que me eram desconhecidos. Até aí tudo bem, até o momento em que a escola entra na minha vida. Aprendo a decorar em vez de estudar. O nível de raciocínio exercitado nos corredores da escola, em casa e na rua é maior do que na sala de aula, onde funciona a decoreba.
Buenas, adolesço e me deparo com várias dúvidas. Algumas delas de fácil solução se, na escola, tivesse a possibilidade de refletir. Por alguma razão a natureza me serviu com este presente. Sou crítico, pensador, inquiridor graças as minhas características o que não me absolve de ser resultado do método educacional da minha geração, da geração Anos 8o, da geração Coca-Cola, da Geração Yuppie. O que me leva a pensar e questionar, em parte, é a minha natureza curiosa, inquiridora, insatisfeita.
Chego a fase adulta e o processo de pensar estava funcionando no método "tentativa e erro", ou seja, movido pela minha curiosidade. Não utilizava método ou caminho de Outros a não ser aqueles que aprendi quando criança, ou seja, por imitação. Então me dei por conta desde processo. Comecei a pesar prós e contras de cada idéia que circulava na minha mente. Passei a fazer perguntas: Este pensamento é meu ? Qual sua origem ? É um pensamento nascido dentro da minha família ? A partir destas perguntas nasceram outras que me levaram a entender que carrego modelos (Outro) maternos e paternos, heróis e bandidos, deus e diabo, bem e o mal. Coisas que ainda possuem presença intensa na minha vida. Estas coisas influenciam ainda nas minhas decisões, pois entram em conflito com aquilo que (Eu) quero com aquilo que devo (Outro).

Saber diferenciar o "quero" do "devo" torna-se imprescindível para o entendimento entre "Eu" e o "Outro".

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