quinta-feira, 1 de abril de 2010

Final de expediente num hospital psiquiátrico...

Estou dentro de uma cela desativada. Daqui a duas horas estarei a caminho da minha casa, lugar que passei a odiar. Um ódio calmo, paralisante. Quando estou no meu quarto vejo as possibilidades de minha vida chegar à zero.  Por vezes alguma pessoa invade meu antro isolado e me retira a força com seu amor e carinho. E pena que não tenho a mesma força. Sorrio. Sorriso morto, sem graça. Agradeço a gentileza. Esta pessoa preocupa-se comigo. Esta pessoa não percebe que meu futuro está sendo construído em cima de preconceitos, baixa estima que eu mesmo fabrico.  Hoje estou cansado, triste, abatido. Todos os dias quando saio do meu antro isolado e venho para o trabalho me vejo sendo alvo de olhares que parecem dizer: - “O que este cara está fazendo aqui ? Será que não percebe que não precisamos dele ? Será que não percebe que não precisamos de empatia, que não precisamos informar mais do que já é informado ? Porque ele repete o que fazemos ? Onde está a autenticidade, sua singularidade ? Onde a ânimo que faz a diferença nos sorrisos e abraços ? Onde ele está ? Onde está o que o motiva ?”


bem, a estas perguntas só tenho uma resposta:

Deus, conceda-me serenidade para aceitar as coisas que eu não posso modificar
Coragem para modificar aquelas que eu posso
Sabedoria para diferenciar uma da outra

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