Enquanto Thelonious Monk executa sua música entitulada Blue Monk, me pergunto a respeito da ética, do senso comum e das opiniões. Sinceramente, me assombro com que vejo. Ontem, a conversar com uma amiga lembro das pessoas que geram opiniões que são, no mínimo, fantasiosas. A primeira delas é a opinião de que cada pessoa deva seguir um modelo comportamental, uma receita de "bons comportamentos" para ser aceita.
Incrível! Então fecharemos as ilimitadas expressões humanas, idiossincráticas no máximo em cinco modelos ??? Esta tentativa foi praticada durante milênios pelos pensamentos religiosos. Desde as primeiras agriculturas ,- quando tivemos a idéia de plantar - após observar o tempo da natureza e o seu movimento percebemos uma vontade própria nela atribuindo uma relação de causa e efeito, do tipo: quem não se comportasse de tal maneira, a terra não germinaria a semente plantada. Entendo a partir daí que, inundações, secas, pragas e entre outras eram castigos. Foram milhares de anos vivendo sobre esta visão. (História das Crenças e das Ideias Religiosas, vol I de Mircea Eliade ) Ou seja, criamos valores em cima do medo do desconhecido, do castigo que poderia vir deste, de uma força que não podiamos compreender. Hoje sabemos prever uma seca, uma inundação. O processo civilizatório consegue esclarecer mas não consegue acabar com o medo, já que este elemento faz parte de nossa natureza, de nossa humanidade e que é determinante em nossa evolução como espécie, segundo a minha interpretação a luz da teoria de Freud, em seu livro "O Mal Estar na Civilização" em conjunto com a teoria da evolução de Charles Darwin exposta em sua obra "Origem das Espécies". A Ciência afirma que há, em nós, memórias plantadas em cima do medo, que é um elemento importante para a sobrevivência. A partir destas informações obtidas por estes pensadores e cientistas concluo que reduzir o comportamento ao plano moral não explica a multiplicidade de comportamentos. Percebo, isto sim, que a moral possui repertório estreito para responder a questão da multidiversidade o que não acontece com estes pensadores já citados.
(Agora com Chet Baker de fundo com o título de Jealous blues) Diante destes textos que, obrigatoriamente, são testados, analisados e comentados em todo mundo não posso aceitar que um modelo comportamental seja instituído obrigatoriamente ou seja introduzido de forma sedutora com promessas de empregos ou outras benesses do tipo que se diz no silêncio: "Venha para nossa Igreja, nossa Doutrina, nossa (arghhh) Filosofia (apropriação indevida da palavra "filosofia") venha para o nosso modelo comportamental e ganharás recompensas". Estas pessoas não conhecem a palavra humildade, sentem-se como escolhidas, especiais. Agora imaginem estas pessoas sentadas em cargos públicos...coitados daqueles que pensam diferente!
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