Mas que
merda é essa ? Puta que pariu! Não sabia que gosto, sabor,
preferência tinham fronteiras! Estas características resumidas ao território nacional do pais onde nasci são
limitadores, doutrinadores. Primeiro, não aceito
doutrinação. Segundo, a liberdade nasce quando você
escolhe e assume as consequências. Terceiro, gosto, sabor,
preferência, são universais e não se discutem. O sabor da pimenta
malagueta no Oiapoque (Brasil) é o mesmo em Tientsin na China! A Filosofia, enxerida, pergunta: A experiência estética obtida a partir da
relação entre Eu e o Objeto é universal ? Qual será a resposta ?
Antes das características (universais) que chamam a minha atenção,
os produtos culturais são essencialmente particulares,
individuais. Delicioso é ser de todos e não ser de ninguém...Tudo
bem, agora a lista de elementos universais que faz a cultura ser de
todos e ao mesmo tempo ser de apenas um...1) Ousadia (tanto na
música, na fotografia, no desenho, nas pinturas, nas arquiteturas,
na puta que pariu em que a Ousadia se expresse...); 2) Crítica aos
valores constituídos e aceitos comumente ( porque comum mente!)
(novas ideias, novos comportamentos, novas visões); 3) Lei da
Criatividade e interatividade (cultura que se apropria da tecnologia
faz orgia!) Viva a Bacanal. 4) Sensibilidade, aquilo que toca, que
mexe, que mobiliza sentimentos e me faz sair de mim...; 5)
Profundidade, quer dizer, contrário de superficialidade. Fala com
propriedade, com experiência, como bom observador que capta
a essência da cena descrita (musica, pintura, poesia, arquitetura,
roupas, comportamento...; 4) E o mais importante: tudo o que escrevi
acima me deixa bem, feliz e faceiro!
Estas
características universais pertencem ao ser humano como
constituição, como parte de seu corpo, organismo. Estes elementos
constitutivos, em potência, estão latentes, esperando ser disparado. Qual o gatilho que irá despertar e desenvolver
tais aptidões não dá pra saber. É complexo por ser
multifatorial. O ambiente, o lugar, a situação econômica, a
presença da cultura local, as característica do próprio indivíduo.
Por exemplo, a curiosidade poderá despertar outras capacidades
latentes como a criatividade, a imaginação e as habilidades
motoras. Então, vejam bem, limitar pessoas ao consumo da cultura
nacional irá, respeitando as condições particulares de cada um,
gerar uma consciência focada apenas no que é nacional. Atualmente
temos ótimos defensores de nossos produtos nacionais. Darcy Ribeiro,
na área da Antropologia, Marilena Chauí, na área da Filosofia e
Cultura, o Banco de Brasil e seus investimentos no projetos
culturais, a Lei Roanet (que precisa de uma revisão mas que,
conseguiu atender a alguns projetos interessantes). Olha que eu nem quero abordar sobre a qualidade da produção cultura popular midiática. Numa conversa
com um amigo ele trouxe um elemento da Ciência Econômica: a lei da oferta e da
procura. Dizia ele: - Daniel, não acredito que devemos limitar as
mídias a produtos nacionais. Vejo que os produtos nacionais tem que
estar em pé de igualdade com os produtos estrangeiros. Temos que
oferecer mais para que seja mais consumido. (É claro que não
reproduzi “lipsis literis”sua frase. Minha memória não é tão
boa assim!)
O meu
amigo trouxe à tona o problema que angustia os nacionalistas. Talvez
seja esse o motivo dos seus comportamentos autoritários, persecutórios,
quase xenofóbicos. A Filosofia volta a incomodar: Quais as
consequências comportamentais da fruição estética entre o Eu e o
Objeto ? De novo: as características sociais, econômicas, culturais,
biológicas irão formar este indivíduo. O problema dos
nacionalistas xenofóbicos é se utilizarem de visão estreita a partir das Ciências Social e Econômica para explicar estes componentes como origem da criação de ideologias de massa. É fato! A ideologia de massa existe e é maleável ao interesse de grupos mediáticos mas não é determinante. Um pouco de pesquisa
fará com que o a leitura se torne cosmopolita. Quer dizer, se seguir o
estudo da cultura, do conhecimento obrigatoriamente, necessariamente
se chegará a ideia de que a expressão cultural é mundial com
características regionais. É este limite, esta intersecção, este resultado de opostos, entre Eu e o Outro que me
faz, que me constrói e me Individualiza, ao mesmo tempo que me
coloca como parte do Todo. Entendo que limitar visões, “ideologizar”
culturas limita e ressalta as diferenças da pior
maneira possível. Chegamos a frase chave que denuncia o
nacionalista: - A minha cultura é a melhor do que a dos Outros!
Putz! Preciso falar mais o quer que eu desenhe ? Vivemos em uma época
em que buscamos identidade mundial. As guerras do Oriente Médio, a
fome na Africa, o sistema econômico capitalista excludente e cruel,
as agressões contra as liberdades individuais são fatos que
precisam da atuação de todos os indivíduos do mundo. Quando vejo
um nacionalista enxergo a inteligência limitada pela Geografia. Não
há como duvidar que os efeitos da economia de outro país interferem
diretamente no meu dia a dia. Não há como negar interação mundial
entre os povos. Diante de tudo isso precisamos nos unir em nome da
solidariedade dos povos, em nome do respeito a cultura de cada um e
principalmente pela liberdade responsável de cada um. Enquanto
houver nacionalista haverá vítimas da livre concorrência. Antes de
apontar o dedo, olhem mais longe, em direção ao horizonte e vejam a
riqueza que possuem e não conhecem. Não enxergou ?!
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