terça-feira, 19 de março de 2013

Convivência cultural: O bulliyng dos Nacionalistas.

Mas que merda é essa ? Puta que pariu! Não sabia que gosto, sabor, preferência tinham fronteiras! Estas características resumidas ao território nacional do pais onde nasci são limitadores, doutrinadores. Primeiro, não aceito doutrinação. Segundo, a liberdade nasce quando você escolhe e assume as consequências. Terceiro, gosto, sabor, preferência, são universais e não se discutem. O sabor da pimenta malagueta no Oiapoque (Brasil) é o mesmo em Tientsin na China! A Filosofia, enxerida, pergunta: A experiência estética obtida a partir da relação entre Eu e o Objeto é universal ? Qual será a resposta ? Antes das características (universais) que chamam a minha atenção, os produtos culturais são essencialmente particulares, individuais. Delicioso é ser de todos e não ser de ninguém...Tudo bem, agora a lista de elementos universais que faz a cultura ser de todos e ao mesmo tempo ser de apenas um...1) Ousadia (tanto na música, na fotografia, no desenho, nas pinturas, nas arquiteturas, na puta que pariu em que a Ousadia se expresse...); 2) Crítica aos valores constituídos e aceitos comumente ( porque comum mente!) (novas ideias, novos comportamentos, novas visões); 3) Lei da Criatividade e interatividade (cultura que se apropria da tecnologia faz orgia!) Viva a Bacanal. 4) Sensibilidade, aquilo que toca, que mexe, que mobiliza sentimentos e me faz sair de mim...; 5) Profundidade, quer dizer, contrário de superficialidade. Fala com propriedade, com experiência, como bom observador que capta a essência da cena descrita (musica, pintura, poesia, arquitetura, roupas, comportamento...; 4) E o mais importante: tudo o que escrevi acima me deixa bem, feliz e faceiro!

Estas características universais pertencem ao ser humano como constituição, como parte de seu corpo, organismo. Estes elementos constitutivos, em potência, estão latentes, esperando ser disparado. Qual o gatilho que irá despertar e desenvolver tais aptidões não dá pra saber. É complexo por ser multifatorial. O ambiente, o lugar, a situação econômica, a presença da cultura local, as característica do próprio indivíduo. Por exemplo, a curiosidade poderá despertar outras capacidades latentes como a criatividade, a imaginação e as habilidades motoras. Então, vejam bem, limitar pessoas ao consumo da cultura nacional irá, respeitando as condições particulares de cada um, gerar uma consciência focada apenas no que é nacional. Atualmente temos ótimos defensores de nossos produtos nacionais. Darcy Ribeiro, na área da Antropologia, Marilena Chauí, na área da Filosofia e Cultura, o Banco de Brasil e seus investimentos no projetos culturais, a Lei Roanet (que precisa de uma revisão mas que, conseguiu atender a alguns projetos interessantes). Olha que eu nem quero abordar sobre a qualidade da produção cultura popular midiática. Numa conversa com um amigo ele trouxe um elemento da Ciência Econômica: a lei da oferta e da procura. Dizia ele: - Daniel, não acredito que devemos limitar as mídias a produtos nacionais. Vejo que os produtos nacionais tem que estar em pé de igualdade com os produtos estrangeiros. Temos que oferecer mais para que seja mais consumido. (É claro que não reproduzi “lipsis literis”sua frase. Minha memória não é tão boa assim!)

O meu amigo trouxe à tona o problema que angustia os nacionalistas. Talvez seja esse o motivo dos seus comportamentos autoritários, persecutórios, quase xenofóbicos. A Filosofia volta a incomodar: Quais as consequências comportamentais da fruição estética entre o Eu e o Objeto ? De novo: as características sociais, econômicas, culturais, biológicas irão formar este indivíduo. O problema dos nacionalistas xenofóbicos é se utilizarem de visão estreita a partir das Ciências Social e Econômica para explicar estes componentes como origem da criação de ideologias de massa. É fato! A  ideologia de massa existe e é maleável ao interesse de grupos mediáticos mas não é determinante. Um pouco de pesquisa fará com que o a leitura se torne cosmopolita. Quer dizer, se seguir o estudo da cultura, do conhecimento obrigatoriamente, necessariamente se chegará a ideia de que a expressão cultural é mundial com características regionais. É este limite, esta intersecção, este resultado de opostos,  entre Eu e o Outro que me faz, que me constrói e me Individualiza, ao mesmo tempo que me coloca como parte do Todo. Entendo que limitar visões, “ideologizar” culturas limita e ressalta as diferenças da pior maneira possível. Chegamos a frase chave que denuncia o nacionalista: - A minha cultura é a melhor do que a dos Outros! Putz! Preciso falar mais o quer que eu desenhe ? Vivemos em uma época em que buscamos identidade mundial. As guerras do Oriente Médio, a fome na Africa, o sistema econômico capitalista excludente e cruel, as agressões contra as liberdades individuais são fatos que precisam da atuação de todos os indivíduos do mundo. Quando vejo um nacionalista enxergo a inteligência limitada pela Geografia. Não há como duvidar que os efeitos da economia de outro país interferem diretamente no meu dia a dia. Não há como negar interação mundial entre os povos. Diante de tudo isso precisamos nos unir em nome da solidariedade dos povos, em nome do respeito a cultura de cada um e principalmente pela liberdade responsável de cada um. Enquanto houver nacionalista haverá vítimas da livre concorrência. Antes de apontar o dedo, olhem mais longe, em direção ao horizonte e vejam a riqueza que possuem e não conhecem. Não enxergou ?!

Nenhum comentário: