terça-feira, 26 de novembro de 2013

Qualidade na produção acadêmica ? Pra quê ?



Em uma roda de amigos da universidade os integrantes acertam detalhes sobre trabalhos acadêmicos. Conversa vai, conversa vem, um dos acadêmicos largou a frase: - Não farei um trabalho crítico. Falarei apenas quais os conceitos que estão no texto. Só.  Em ambiente democrático esta frase significa que a pessoa fez uma escolha. Esta frase por si só demonstra método, coerência e uma maneira de abordar o texto acadêmico.  Respeitemos. Logo em seguida a enunciação da frase outro acadêmico salta e diz: - Farei um texto crítico, com a intenção de buscar entender o que está sendo debatido, pinçando os principais conceitos, origem e tal. Não posso fazer um trabalho descritivo. Silêncio no ar. Os acadêmicos se olharam. Esperava-se o inicio de uma disputa, um disputatio.  Mas os interlocutores antagônicos calaram-se. Não derem seguimento, não apresentaram suas razões.
Esta situação obriga a pensar sobre o método, a dedicação e a profundidade sobre os trabalhos acadêmicos.  Concordo com o professor que argumenta, em sala de aula, que as ações de pesquisa e coleta de dados devem ser feitos com a mesma paixão ou tônica de quem está descobrindo uma novidade. Admirar-se com o desconhecido é caminho do conhecimento, é estar aberto a novo ente[1].  Por outro lado o método descritivo, linear, oferece a segurança de localizar, identificar e categorizar conceitos. Isto é bom. É bom saber onde andar e com quem andar. Atualmente percebe-se que há liberdade na produção acadêmica, com algumas condições, é claro. No caso da Filosofia, os métodos disponíveis são: a) axiomático (Matemático); b) hipotético-dedutivo; c) método indutivo; d) dialético e) análise-síntese (Histórico); f) experimental (Científico) e g) hermenêutico (Teoria da Interpretação). Para os não formalistas há o “Against method” (contra o método), conceito criado e desenvolvido por Paul Fayerabend. Não é o nosso foco especificar cada método. O objetivo deste trabalho é a busca do diálogo com as questões que orientam a pesquisa.  E quais são?  1) qual o método oficial (tendo como requisito ser aceito pela grande maioria) utilizado?   os dados possuem fonte? (podem ser identificados e confirmados); Ou seja, uma gama de ferramentas que isoladas e em conjunto produzem conhecimento sólido, sustentável. 


[1] BORNHEIM. G., pág. 16-17.


Nenhum comentário: