segunda-feira, 7 de junho de 2010

Uma história do corpo (em construção...)

Quando o pensamento sofreu as revoluções aplicadas pelos pensadores Descartes , KantHegel o corpo sofreu também. A maneira de pensar era através de construtos lógicos, equações e formulações que  gerava  a idéia através da sensação no corpo de que se estava em outro mundo, o mundo da abstração, do pensamento simbólico. As influencias destes pensadores se mostram no corpo teórico do Direito. Hoje considera-se o projeto kantiano de Direito um fracasso e há pensadores trabalhando com as idéias de Aristóteles neste campo. 
Após este pensadores surgiram aqueles que provocavam afirmando que não é possível uma filosofia que não sangrasse, que não sentisse, que estivesse trancafiada no construto lógico da razão. Entre eles Nietzsche foi o mais emblemático e contudente. A partir começou a discussão de uma filosofia que resgatasse o corpo, que o colocasse em seu lugar de direito. Para isso foi necessário investigar através da biologia e medicina

[epoché] Olho em torno e sinto-me melhor com o barulho da cidade, das pessoas, dos animais e principalmente da natureza. Ver as pessoas em suas risadas, afetos, palavras, discutindo, brigando, elogiando, rindo...ah tudo isto em ondas sonoras me realiza, retira da minha solidão  e me joga em contato comigo mesmo.

Por outro lado quando me deparo com silêncio através do som, ah, este me exaspera, me enlouquece. Como pode haver um silêncio através do som ? Sabe aquela risada fora de lugar ? Aquele elogio exagerado ? Ou aquela discussão sem sentido ? principalmente aquele afeto estranho que chega a endurecer os musculos do corpo.  Estes, reunidos, gritam em protesto. É o que acontece quando me deparo com silêncio imposto pela educação, pelo sofrimento, pela dor. Tenho esta capacidade de indentificar  este elemento nefasto nas pessoas que adestram, ensinam  seus corpos a não corresponder o que sentem com o que expressam...arghhh...então apresentam sob a aparência da educação as famosas idéias concebidas que distorcem a imagem mental que o ser humano tem de sí mesmo.

A dor não é inimiga! Não concordo com os adeptos do argumento que ela não cumpre mais com a função nobre de mostrar quem realmente somos, do que somos feitos e lembrar para onde estamos. Estes senhores e senhoras de sorriso forçado esqueceram o que é processo civilizatório, esqueceram o que é a culturização de uma sociedade. Vivemos uma época onde o mínimo de dor é sacrificada em nome de um analgésico, de uma droga. Não estar em guerra com a  dor é ato saudável, senão imprescindível para viver de forma intensa a vida.

Quando iremos perceber que a liberdade em ser o que se é passa pelo caminho doloroso do autoconhecimento ?[final da epoché]

2 comentários:

maristeladanny disse...

Quanto maior a dor, maior o auto conhecimento... bjus! Fica bem!!! Maristela

Beatriz Rodrigues disse...

mais do que nunca sinto saudades de nossas conversas, dani...